terça-feira, 12 de maio de 2009

sob o céu azul de anil




Para todo homem branco que passa
Para todo sangue vermelho que escorre
Para todo homem negro que passa
Para todo céu azul que se olha
Para todo homem amarelo, branco, negro, índio, mulato,
Para todo homem que passa

Sob um céu azul de anil
Índios, brancos, negros
Que pelas praias desse litoral sem fim se uniram e fizeram nascer o Brasil
O mar revolto
Mamelucos, caboclos, cafuzos, mulatos, pardos, portugueses, italianos,
Franceses, africanos, holandeses, espanhóis, (breque, continua só a timba)

Sob um céu azul de anil
Dessa bela gente varonil
Índios, brancos, negros
O mar revolto
Mamelucos, tailandeses, chineses, japoneses,
O céu azul de anil
Sob o céu azul de anil
Fizeram todos juntos o Brasil
Índios, brancos, negros, caboclos, cafuzos... japoneses,
Tailandeses, australianos, alemães, ucranianos

E o mundo assim fez o Brasil
Passo a passo, beijo a beijo,
guerra a guerra,
Sob o céu azul de anil
Nas praias se fez o Brasil

Tupiniquins, tupinambás, guaranis, tupis... tamoyos
Calungas, caiçaras, bandeirantes
Índios, brancos, negros, caboclos, cafuzos... japoneses,
Tailandeses, australianos, alemães,
Mamelucos, caboclos, cafuzos, mulatos, pardos, portugueses, italianos,
Franceses, africanos

Márcio Barreto

domingo, 3 de maio de 2009

Quem somos?




Demorei 39 anos para fazer uma pergunta simples:

Por que, 500 anos depois, ainda falamos a língua de nossos colonizadores?

O português sempre foi tão natural que tal pergunta pareceria despropositada. Por outro lado, o tupi guarani se apresentava em nomes de lugares, comidas e em tantas outras coisas que sua origem passava desapercebida.

A importância que a língua tem para um povo é inegável, demonstra como vemos o mundo, quem somos, o que sentimos e no que acreditamos. Perguntar por que ainda falamos o protuguês, é perguntar por que ainda não nos valorizamos pelo que somos.

No século XVI tínhamos um língua geral, nascida da necessidade de fazer comunicar povos de diferentes etnias, língua crioula, mistura de uma gramática portuguesa com o tupi guarani, o latim, o espanhol e outras línguas e dialetos que trouxeram-nos os africanos. A língua geral paulista era falada na costa, enquanto o nheengatu era falado na região amazônica, estudas pelo Pe. Anchieta e pelo Pe. Figueira, respectivamente.

O nheengatu ainda é falado por 8 mil índios na região da Amazônia (Brasil), na Venezuela e Colômbia. No Paraguai o guarani paraguaio é uma das línguas oficiais do país e é mutuamente compreensível pelos falantes do nheengatu.

A língua geral paulista foi falada até o século XVIII, quando o Marquês de Pombal a proibíu, devido sua inimizade com os jesuítas. Provavelmente sem essa perseguição a lingua geral paulista não teria sido extinta e teria se propagado pelo Brasil através dos bandeirantes.

Ou seja, tínhamos uma língua nossa! E agora, o que temos? O que continuaremos a falar? Quem somos? Somos nossa língua?