quarta-feira, 13 de fevereiro de 2019


Lançamento do livro "A Desmemória e seus outros nomes" de Márcio Barreto (Editora Imaginário Coletivo) - Sexta Cultural (Estação da Cidadania)

O lançamento contará com Sarau Caiçara, Feira Imaginária (livros) e a participação do Percutindo Mundos, Mc Dany, Douglas Drez, Nytria, Orpheu, Martin, os escritores Flávio Viegas Amoreira, Madô Martins, Regina Alonso e convidados. No dia a jornalista Hele Alves será homenageada com exposição da fotógrafa Myriam D'Almeida.

A obra reúne os últimos quatro livros de Márcio Barreto (O novo em folha; Nietszche: ou do que é feito o arco do violino; Mundocorpo; Macunaímabladerunner), poemas inéditos e entrevistas que marcaram sua produção literária de 2010 a 2018. Com prefácio de Ademir Demarchi, Flávio Viegas Amoreira, Manoel Herzog, Laercio Silva, Madô Martins, Maria José Goldschmidt, Oscar Dambrosio e Carlos Pessoa Rosa, o livro é um monumento móbile às memórias e desmemórias que nos formam.

Nascido em Santos, Barreto é pesquisador da cultura caiçara e utiliza diversas linguagens para expressar suas questões como a literatura, edição de livros, música, cinema, dança, arte-educação, educação social. Segundo o escritor e crítico literário Flávio Viegas Amoreira “Márcio Barreto é demiurgo e exegeta ao mesmo tempo sempre. Encontrar um novo poeta com essa qualidade e voracidade não é pouca coisa: Márcio tateou, sondou todas artes até entregar-se com perícia de artesão que é em todas, à literatura: nela estão contidos o músico na origem, o olhar cinético do documentarista, o homem lançado ao mundo como ele se dá, um poeta da existência, um existencialista lírico.”

O escrito Manoel Herzog, outro prefaciador do livro, comenta “É saber mesclar a dodecafonia à percussão dos atabaques, é impor o fluxo de consciência joyceano à língua tupi, a banana aos sabores caucasianos. Somo aqui a minha voz aos cultores da obra do multiartista Márcio Barreto.

Publicou sete livros entre eles “Ácidos Trópicos” e “Wisnikianas” – dramaturgia, “Mar Selvagem (org.)”, “Mundocorpo”, “Macunaímabladerunner” – poesia. Atualmente trabalha na edição de seu romance “Totem” com previsão de lançamento para este ano. É também compositor e líder do coletivo Percutindo Mundos que criou profundos laços com a música de Gilberto Mendes, ao qual é dedicado o livro, tendo encerrado o último Festival Música Nova (criado pelo compositor em 1962), na USP em Ribeirão Preto. Parceria que se estende à obra do decompositor Livio Tragtenberg,  que sobre o livro comenta:

“Quando se levanta, desce a cortina da realidade.
quando se deita, sobe
às nuvens, a imaginação.
num purgatório de experiências humanas,
se situam as desmemórias de márcio barreto.
o apagamento doloroso que nos propõe,
com ácida ironia,
onde um olhar de soslaio, transversal,
busca fendas entre realidades.”

A escritora e psicóloga Maria José Goldschmidt comenta “Ler Márcio Barreto significa extraviar, esquecer, desmemoriar, melhor, sim, desmemoriar os livros lidos, os nomes conhecidos, os universos literários, desligar nossas belas músicas populares e imergir em Wagner. Visionar o índio em silêncio a espreitar o futuro passado. Movimento incessante de uma nau que rodopia num rodamoinho do oceano onde a Realidade marca o chão e puxa para fora e joga na calmaria mais uma vez, mas logo leva o leitor a adentrar os labirintos das palavras onde a Terra sem Males fica cada vez mais distante. “O mundo está nu!”. Macunaíma somos nós. O fogo sempre será roubado e o corpo é nosso mundo. Sigamos com os olhos abertos. Sigamos com esse mestre humilde menino imenso.”

Lançamento
A desmemória e seus outros nomes
Márcio Barreto (Editora Imaginário Coletivo)
14cmx21cm
332 páginas
R$ 40,00
Estação da Cidadania
Avenida Ana Costa, 340
Santos SP

foto Roberta Tiberio