terça-feira, 25 de maio de 2010

arte contemporânea caiçara



experimentando melodias percussivas, procurando o minimalismo exato da expressão, o tribalismo pulsante de velhos tambores, calimbas e paus de chuva, mudamos o mundo num movimento de sonho, rápido como o pensamento, pois enquanto o universo se expande e o mundo se comprime em escalas dissonantes, brindamos ao simples e ao inefável...

quarta-feira, 19 de maio de 2010



23/05 as 13:30 Casa da Frontaria Azulejada Rua do Comércio, 96 - Centro Histórico - Santos /SP

http://www.santos.sp.gov.br/virada2010/percutindo.html

terça-feira, 18 de maio de 2010



E assim
escondido no escuro de meus olhos abertos
absurdamente absorto em desenhos de desejos geométricos
em caleidoscópicos olhares de grãos de areia
...leio seus pensamentos...
e eles são como primeiras pessoas:

Se estivéssemos na chuva e ela automaticamente molhasse nosso corpo
Nu
no mundo despencariam gotas,
cachoeiras, cataratas, arranha-céus, elevadores, aviões, estrelas cadentes e verticalidades oblíquas por entre nossas indizíveis vontades

mas não! estamos vestidos e os índios de outrora se consomem em coca
calçam tênis importados e dirigem carros apertados
enquanto garotas maquiladas com suas mini-saias e saltos altos tiram fotos pelos lobbys dos hotéis
esquecidas de suas mentiras e vidas passadas

descoberto no claro absurdo de nossas mãos entrelaçadas
beijo-lhe

segunda-feira, 17 de maio de 2010

O Estúdio Valongo - Coletivo de Arte, abre sua portas à criatividade sábado agora as 15 hs. Com exposição coleitva de Fabíola Notari, Fabrício Lopez, Juliana Okuda, Márcia Santtos, Luise Weiss, Lídice Moura, Luciano Gonzaga, Edu Marin que vai até 03/07. Na inauguração apresentação especial de Percutindo Mundos e leitura performática de poema original de Flávio Viegas Amoreira.

terça-feira, 11 de maio de 2010


Há que se falar, primeiramente, que a “música contemporânea caiçara” é uma nova concepção musical, fruto não da fusão de diferentes estilos musicais pré-existentes, mas sim da ressignificação de identidades culturais e de suas referências no contexto atual.


Surgiu no litoral paulista, através da procura de nossas ancestralidades, do quinhão de nossos antepassados índios, europeus e africanos que perpetuaram seu conhecimento e sabedoria, geração após geração, através de uma gênese caiçara. Um elo, muitas vezes mudo, adormecido, sub-cutâneo, mas correndo em nossas veias e formando nossas células. Assim, sua matéria bruta é a intuição, o imaginário coletivo, o campo onde o ancestral encontra o contemporâneo e provoca novos olhares e reflexões.

Ressalta-se a harmonia dos timbres mais do que a harmonia das notas, expressando a música em livres associações e experimentações. Sua diversidade instrumental e a criação de novos instrumentos e de técnicas diferenciadas de uso, assim como a percussão corporal e vocal, possibilitam uma tessitura que remete ao imagético das florestas, vilas, dos centros cosmopolitas, e da relação do homem com o mar e o universo. Uma música que procura a gênese, o encontro de diferentes culturas e tempos e sua miscigenação no contemporâneo, no local e universal de cada um.

Seu minimalismo difere do convencional na medida em que não utiliza as longas repetições em série ou a estaticidade, mas faz da repetição uma possibilidade de mudança na medida em que transfere os sons para timbres diferentes, desconstruindo as células rítmicas e alterando cadências e andamentos em formas melódicas. Aproxima-se mais do minimalismo literário, onde a economia das palavras possibilita a contextualização e permite a livre significação. É uma música que sugere ambiências, que trabalha a sinestesia das imagens e dos timbres.

Encontra-se fortemente ligada à literatura, onde os textos literários são expressos através da música falada ou de melodias minimalistas carregadas de questionamentos filosóficos, valorizando a palavra em sua profundidade, densidade e simplicidade. A pergunta mais do que a resposta.

Outra característica é a organicidade. Compreendida como o elemento vivo da música, está estruturada na mistura da composição com o improviso (aleatoriedade limitada), e na “música livre”, processo onde o público é convidado a improvisar aleatoriamente com os músicos. Uma música que a cada execução se transforma. Uma música viva, pulsante, intrigante e instigadora, que sugere ao invés de ditar.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

A arte coletiva possibilita, em um mundo onde o ego prevalece, vermos no outro a universalidade de cada um. Fato que se observa muito pouco hoje em dia, pois temos a impressão de vivermos separados, como se o “eu” não fosse uma parte do todo. Assim o individualismo mascara sentimentos simples que nos elevariam na condição humana, sentimentos como solidariedade, compaixão, amizade, amor. A arte tem um papel fundamental nesse aspecto: expressar nosso “eu coletivo”, tocar o íntimo e universal e mostrar que, em essência, somos todos um.

Recentemente nos encontramos com o escritor Flávio Viegas Amoreira, o pianista Tarso Ramos e o compositor Gilberto Mendes. Nesse encontro celebramos o nascimento do Imaginário - Coletivo de Arte - nome ainda provisório, proposto a agregar os artistas do litoral paulista em suas diferentes linguagens. Contam conosco os escritores Marcelo Ariel e José Geraldo Neres, os fotógrafos Adilson Félix e Biga Appes, a bailarina e eutonista Célia Faustino, os jornalistas Alessandro Atanes (Revista Pausa) e Márcia Costa (Artefato Cultural) e o músico e ator Zéllus Machado. A proposta é fortalecer e propagar a “Arte Contemporânea Caiçara”, valorizando nossas raízes e misturando-as à transcontemporaneidade.

Trazer a filosofia para o debate sobre a arte, é um passo fundamental para consolidação de nossas idéias e projetos. Assim, a primeira etapa de nossos trabalhos consiste na discussão sobre a obra, as referências, o processo criativo e as expectativas de nossos artistas. Para o primeiro Sarau Filosófico teremos Gilberto Mendes e Flávio Viegas Amoreira – data e local a confirmar.

O coletivo está aberto.

quarta-feira, 5 de maio de 2010








arte imaginária...