quarta-feira, 22 de agosto de 2012

O Invisível – poéticas para encontros, desencontros e outras impermanências




            O Invisível – poéticas para encontros, desencontros e outras impermanências” é um processo de pesquisa sobre as relações entre tempo, espaço e alteridade. O lugar visto como espaço criativo e simbiótico estruturando-se a partir de permanências instantâneas e habitações momentâneas. O movimento como dinâmica para oo-lugar, a identidade em estado de reinvenção e a realidade subvertida a partir do contato e da inter-conexão entre o espaço, o tempo e o corpo.

            Como paisagem temática a impermanência do tempo e o hábito de ocupar-se do não-ser, os afetos invisíveis que eclodem em pequenos gestos, sons, palavras e se eternizam entre o acabar e oo ter fim. A vida adiada pelo cotidiano, a identidade trocada por máscaras de ideais auto-suficientes, a afetividade substituída pela liquidez do tempo, do espaço e das convenções. Através da obra dos escritores Madô Martins (“Perda & Danos” – Edições Caiçaras, 2012) e Márcio Barreto (“Mundocorpo” – Edições Caiçaras, 2012) os intérpretes-criadores instauram composições a partir do eixo espaço-tempo onde os espectadores, entrelaçados pela zona dramatúrgica, movem-se a partir de suas leituras individuais sobre os materiais cênicos apresentados: a literatura, a dança e a música.



            A pesquisa tem como base reflexões acerca da identidade cultural caiçara, o que situa a criação dentro de uma esfera conceitual de processo onde a ancestralidade e a contemporaneidade, assim como o local e o universal são vistos como zonas proximais de ressignificação metalinguística. O processo criativo, como imagética genesíaca, desdobra-se em releituras identitárias que situam o invisível dentro da ficção social do espaço conduzido pelo discurso poético corporal; a reinterpretação do passado como agente transformador do presente através do inconsciente coletivo, suas memórias, tradições, nomadismos e hibridismos. O corpo visto como palavra, lugar, literatura, memória, solidão, música e afetividade.




FICHA TÉCNICA


Detalhamento: Composição Urbana de Improvisação em Dança, Música e Literatura

Nome:            O Invisível – poéticas para encontros, desencontros e outras  impermanências”

Nome do grupo:                      Núcleo de Pesquisa do Movimento  -
                                                Imaginário Coletivo de Arte

Concepção e direção:             Célia Faustino, Márcio Barreto

Intérpretes-criadores
E Músicos:                              Célia Faustino, Márcio Barreto

Criação sonora:                       Percutindo Mundos

                                  
Figurino:                                  Núcleo de Pesquisa do Movimento
                                               Imaginário Coletivo de Arte

Fotografia:                               Christina Amorim

Duração:                                 20 minutos


Apoio:                         Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino, Percutindo                                       Mundos, Projeto Canoa, Instituto Ocanoa.



CONCEPÇÃO E DIREÇÃO

Célia Faustino - formada em Ballet Clássico pela Escola Municipal de Ballet em Santos (1972 a 1980). Formada em Ballet Clássico pela Royal Academy of Dancing (1980 a 1985). Especialização em Dança Moderna nas técnicas Grahan e Limón (1986 a 1988). Especialização em Consciência Corporal com Klauss Vianna (1988 a 1990). Cursou aulas de New Dance e Contato Improvisação (1990 a 1996). Formada pela Escola Brasileira de Eutonia (1998 a 2001). Formada pela Escola do Movimento Ivaldo Bertazzo (2005 a 2006). Professora de técnica de dança na Faculdade de Artes Cênicas CARMO (1985 a 1986). Professora de Dança Moderna na Faculdade de Dança UNIMES (1988 A 1996). Professora de Dança Expressiva, Alongamento e Eutonia no SESC/Santos (1988 a 2002). Bailarina do Corpo Estável de Dança da Secretária de Cultura de Santos (1992 a 1994). Iniciou carreira solo como intérprete-criadora em 1994. Participou de três Bienais de Dança no SESC / Santos. Atualmente é diretora do Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino. É integrante do grupo experimental de música contemporânea caiçara “Percutindo Mundos”, do Núcleo de pesquisa do Movimento e do Imaginário Coletivo de Arte.


Márcio Barreto nasceu em 10 de maio de 1970, em Santos /SP. Dramaturgo, diretor e ator: Fundador e diretor do grupo Teatro Canoa e Imaginário Coletivo de Arte. Dirige, atua e assina a dramaturgia de “Atro Coração” (Teatro Canoa) e “Ácidos Trópicos – uma livre criação sobre a obra de Gilberto Mendes” (Imaginário Coletivo de Arte). Atuou em “Poetar Acordar para o Sol” (direção Douglas Gonçalves), “O Guará do Lago Encantado (grupo TVG, direção Paulo Maurício),” Tem Cupim na Torre da Igreja “(grupo  TVG, direção Paulo Maurício), “Perto de Lugar Nenhum” (Kabuk, direção Egbert Mesquita). Atuou no filme “Amanhã Nunca Mais” do diretor Tadeu Jungle e na minissérie da Globo “Amor em Quatro Atos” . Assistente de Direção e diretor de núcleo na “ Encenação da  Fundação da Vila de São Vicente 2012”. Intérprete-criador e um dos diretores / fundadores do Núcleo de Pesquisa do Movimento – Imaginário Coletivo de Arte. Atua em “Homo ludens – fluxos, lugares e imprevisibilidades ”,  “Exílios: cartas ao vento” com Célia Faustino, “Um a Um”- espetáculo fruto da residência com o grupo Lês Ballets C de la B (Bélgica)  e em diversas intervenções no espaço público. Vídeo-cineasta: “Totem – o universo por debaixo da pele” (média metragem) e inúmeros curtas na Internet. Artista circense formado pela Escola Livre de Circo (Oficina Cultural Regional Pagu – Santos /SP) em acrobacias aéreas, atuou nos espetáculos “Marcas de Plínio” e “Pagu”. Músico: fundador do grupo experimental “Percutindo Mundos”. Compositor e multi-instrumentista (rabeca, flauta doce e contralto, clarinete, acordeom, teclado, escaleta, violão, banjo e percussão). Luthier: criador dos instrumentos quimbau, trimbau, tum, flauta smetakiana, adufo calunga. Fotógrafo: exposições na Pinacoteca Benedito Calixto (Santos /SP), Casa da Cultura de Paraty (Paraty /RJ) e Parque Cultural Vila de São Vicente (São Vicente /SP).      Editor da Edições Caiçaras, editora artesanal. Escritor: Totem (romance), O Novo em Folha (poesia), O Ser e o Pensamento (filosofia), Atro Coração (teatro), Nietszche – ou do que é feito o arco dos violinos (poesia), Ácidos Trópicos – uma livre criação sobre a obra de Gilberto Mendes (teatro), Wisnikianas – visões antropofágicas na ilha de São Vicente (teatro). Pesquisador da Cultura Caiçara: “O Brasil Caiçara – uma outra abordagem sobre a gênese da identidade brasileira” (palestras na UNESP – São Vicente /SP, USP – São Paulo /SP, Casa da Cultura de Paraty – Paraty /RJ e Oficina Regional Pagu – Santos /SP).  Produtor Cultural: Organizador do “Sarau Caiçara – Pinacoteca Benedito Calixto” (Mapa Literário do Estado de São Paulo) e de Encontros Regionais de Cultura Caiçara realizados em São Vicente, Santos e Paraty. Curador e organizador da Mostra de Arte Contemporânea Caiçara - Santos /SP, Itinerâncias – Paraty /RJ, Virada Caiçara – São Vicente /SP e Vitrine Literária – SESC Santos.


HISTÓRICO DO GRUPO

            O “Núcleo de Pesquisa do Movimento - Imaginário Coletivo de Arte” agrega artistas do litoral paulista em suas diferentes linguagens e tem como proposta fortalecer e propagar a “Arte Contemporânea Caiçara”, valorizando nossas raízes e misturando-as à contemporaneidade. Formado em fevereiro de 2011, é resultado de anos de pesquisas desenvolvidas em diferentes áreas que culminaram na busca de uma nova sintaxe através da reflexão sobre os processos criativos na Arte Contemporânea Caiçara.

            Seus integrantes convergem da dança, eutonia, teatro, circo, música, literatura, filosofia e artes visuais. Estão diretamente ligados a experimentação através de núcleos de pesquisas desenvolvidos no grupo Percutindo Mundos – música contemporânea caiçara (2008), Grupo de Câmara Quatro Quartos, Núcleo de Pesquisa do Movimento - dança contemporânea (2011), Espaço de Consciência Corporal Célia Faustino - eutonia (2003), na Cia. Etra de Dança Contemporânea (2001) e no Projeto Canoa e Instituto Ocanoa – pesquisa da Cultura Caiçara (2007).

            Ao longo do tempo realizou encontros, oficinas e palestras, tais como o "Sarau Caiçara" - Pinacoteca Benedito Calixto - Santos /SP, "Mostra de Arte Contemporânea Caiçara" - Casa da Frontaria Azulejada - Santos/SP, "Itinerâncias - Encontros Caiçaras" - Casa da Cultura de Paraty - Paraty /RJ, "Sarau Filosófico" - SESC Santos - Santos /SP, "Virada Caiçara" - São Vicente /SP e Vitrine Literária - SESC Santos - Santos /SP.

            Seus trabalhos participaram da Bienal de Dança do SESC 2011, Virada Cultural 2010 e 2011, Cultura Livre SP 2012, Circuito Vozes do Corpo 2012.

            Em seu repertório constam os seguintes trabalhos:


HOMO LUDENS - fluxos, lugares e imprevisibilidades
dança contemporânea

O jogo da improvisação na dança e na música é o ponto de partida para a criação de intervenções urbanas. Os gestos instigam um novo olhar sobre a paisagem, os movimentos dos intérpretes no ambiente quebram a rotina e conduzem a uma reflexão sobre a transformação do espaço.

Núcleo de Pesquisa do Movimento Imaginário Coletivo de Arte
Concepção e direção: Célia Faustino, Edvan Monteiro, Márcio Barreto
Intérpretes-criadores: Célia Faustino, Edvan Monteiro, Flávia Sá,
Jean Ferreira, Márcio Barreto.
Criação sonora: Percutindo Mundos
Músicos: Márcio Barreto,Tarso Ramos, Alessandro Atanes,
Figurino: Núcleo de Pesquisa do Movimento Imaginário Coletivo de Arte
Fotografia: Christina Amorim

Duração: 20 minutos


ÁCIDOS TRÓPICOS - uma livre criação sobre a obra de Gilberto Mendes
música-teatro

Ácidos Trópicos é a possibilidade de criar inspirado no vasto universo sonoro de Gilberto Mendes, responsável pela renovação da música erudita. Através da música-teatro gilbertiana e seus desdobramentos, Ácidos Trópicos nos leva a um mundo imaginário onde a fantasia se corporifica em obra, tecendo releituras sobre a música erudita, experimental e popular, unindo-as à literatura, dança, cinema e teatro."
No elenco: Márcio Barreto, Célia Faustino, Jean Ferreira, Tarso Ramos, Alessandro Atanes, Flávia Sá, Edvan Monteiro.
Concepção, Dramaturgia e Direção: Márcio Barreto
Assistente de Direção: Célia Faustino
Direção Musical: Percutindo Mundos
Fotografia e Vídeo: Alex Hermes, Edvan Monteiro, Denise Rodrigues, Christina Amorim
Criação de Vídeos: Márcio Barreto, Edvan Monteiro


ATRO CORAÇÃO - uma livre adaptação sobre os limites do amor
teatro

Um retrato do amor que mistura os textos Romeu e Julieta e Otelo (Shakespeare), Lua na Sarjeta (David Goodis) e partes dos filmes O Colecionador (baseado na obra de John Fowles) e Cenas de um Casamento (Ingmar Bergman). Assim é Atro Coração - peça que coloca dois personagens míticos em uma situação limite: Lilith após ser expulsa do paraíso invade os sonhos do anjo Gabriel e o seduz. Para puní-los Deus os lança à Terra como homem e mulher. Destituídos de suas memórias vagam separados até que o acaso os une novamente. De um lado o amor não correspondido, do outro o amor que nasce do medo da morte. Uma história que nos faz pensar que não importa o que é o amor, mas o que fazemos com ele. No elenco Christy-Ane Amici e Márcio Barreto que também assina a dramaturgia e a direção. A trilha sonora é composta e executada ao vivo pelo grupo Percutindo Mundos e conta com tradução em libras. Duração: 50 minutos


PERCUTINDO MUNDOS - Universo em Gentileza
música

Com a apresentação "Universo em Gentileza" Percutindo Mundos celebra o Universo do Profeta Gentileza através da música, literatura e dança. Um convite à reflexão sobre o respeito, amor, cordialidade, simplicidade, gratidão, desapego, comunhão e afetividade.
Percutindo Mundos - tem sua criação voltada a ressignificação de identidades culturais, unindo o ancestral caiçara ao contemporâneo através da literatura, filosofia, dança e artes visuais. Suas paisagens sonoras remetem à influência das culturas indígena brasileira, portuguesa e africana misturadas à urbanidade e ao cosmopolitismo. Sua música é caracteriza pela harmonia dos timbres, o minimalismo, a aleatoriedade e a melodia percussiva. A apresentação é marcada pela criatividade, misturando linguagens e provocando reflexões. Instrumentação : percussão, clarinete, flauta, djeridoo, escaleta, violão, quimbau, rabeca, banjo, teclado, berimbau, theremin, viola erudita, baixo acústico. Duração: 01 hora

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