segunda-feira, 23 de junho de 2008

A nudez da alma

A música, enfim. Seriam eternidades milimetricamente infindas, universos da possibilidade. No entanto, o que parece fincar profundamente a música no coração é justamente a simplicidade. Veja a música popular, folclórica, sua riqueza, seus timbres, sua sabedoria, com pouquíssimo conhecimento e muita vivência comunicam verdade, autenticidade... A profundidade de uma música não está em seu virtuosismo, na sua técnica, ela está na emoção, na possibilidade das transformações. Não esqueçamos que a música está em tudo, no trânsito, em um bater de asas, no choque das ondas contra as pedras, nas conversas entre cortadas pelas ficções sociais. A música é o silêncio que alimenta nossos sonhos enquanto estamos acordados.

Toda forma de a arte contempla três elementos, a identidade, a comunicabilidade e a identificação. Assim, qualquer obra necessita expressar uma linha de pensamento, uma perspectiva inerente ao autor, este ponto conceitua sua identidade, suas características frente ao mundo. Afora isso, a obra precisa de elementos que a tornem comunicável, inteligível, e quanto mais universal for sua mensagem, maior será seu poder de comunicação. Resta ainda a identificação, este é o ponto chave, pois quando alguém vivencia uma obra e nela se vê refletido, passando pelo mesmo questionamento do autor e sendo levado a outros modos de pensar sua vida, tem-se então a arte em sua perspectiva mais genial, a possibilidade de mudar o mundo e criar outros além.

Márcio Barreto

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